E é a amar assim...



E é a amar assim que me enterro na perfeição da felicidade. Sem ti eu não seria mais do que um daqueles corpos que vagueiam pela sombra dos outros e fazem do tempo um passatempo ridículo e inútil! Seria alguém sem uma pessoa dentro desse alguém! É a amar assim que consigo viver cada dia como vivo, sorrindo para o dia e para a noite, guardando o sol no meu bolso e acolhendo a chuva no meu regaço. 
Vim, sozinha, só contigo no mítico segredo do coração humano. Só contigo!
Estou aqui, hoje, novamente só. E tu, apesar de ausente, roubas-me a memória!
É a amar assim que pinto e escrevo a minha pessoa e a minha caminhada. É assim que faço de mim quem sou. Não és tu que me moldas. Não sou barro! Mas é a visão que me dás de ti que me faz amar como amo. 
Há voar e voar... Há voar e amar. 
Ensinaste-me a voar, quando as minhas asas ainda não tinham penas e quando a vida para mim era inquestionável. Aperfeiçoaste as inúmeras falhas do meu vôo, cheia de paciência abençoada. Falhaste! Foste o meu molde, mas falhaste! Mas descansa, porque todos falham! Falhaste ao mostrar que eu era capaz de tudo, se acreditasse! E era mentira. Eu não sou capaz de tudo, muito menos de acreditar. Acreditar que o impossível e o impensável podem acontecer é absurdo. Falhei. Falhei numa proporção infinitamente maior que tu! Tu não me devias ter feito acreditar em sonhos e eu não devia ter acreditado na sua existência. Ambas falhámos a acreditar com amor e já não há nada a fazer! O passado está passado e o futuro está a nascer neste preciso momento. E agora sim, ACREDITO que sou eu que o faço, apesar de tudo o que já aconteceu! Aprendemos que acreditar com amor não é correcto. Há que acreditar no mundo do possível com a nossa maior vontade de o concretizar!

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