Querida, a minha alma imortal morreu na noite passada. Hoje, de madrugada, enterrei-a!
Em tempos muito antigos, dos quais não tens memória porque ainda não existias, eu era como tu - tinha fome do passado e sede do futuro; era mãe dos meus medos e filha dos meus sonhos. Nasci naquela aldeia de pedra e cresci com as palavras, a poesia...
Tu gostavas das minhas histórias e pedias sempre mais. Ah! Como é bom ser avó!
Hoje, os sinos da igreja estalam por minha causa.
Voei por entre as lusas brumas de um sonho transmontano para te ver. Estás a chorar!
De onde vieste, tristeza, que vejo nos olhos da minha neta?
Sinto os teus pensamentos tão pesados! As lágrimas de hoje são por mim derramadas? Lembra-te que pior do que morrer alguém, é morrer o amor por alguém!
Sei que, depois destas negras nuvens chorarem, a tua eterna e verdadeira felicidade encontrar-te-á. Consigo ver a família que criarás e o sorriso que nascerá em ti sem te aperceberes.
E eu, de te ver feliz, sorri!
2 Comments
Tens uma sensibilidade tão bonita a escrever! Adoro *-*
ResponderEliminarDeixas-me sempre de coração derretido!
EliminarQualquer comentário e questão colocados serão respondidos na própria caixa de comentários.
Obrigada pela tua visita :)