Somos tantos perdidos. Ou somos achados a achar que somos perdidos. E por estarmos sós não sabemos o quanto de bom há em nós.
A arte vai ser o campo mais valorizado no futuro.
O Homem vai ser obrigado a perceber que, para além da importância das ciências e tecnologias no nosso desenvolvimento, sem a Arte, sem Paixão e Amor, sem Poesia, sem Prosa, sem Música, sem Cinema, a vida não tem um sabor (tão) doce.
E se não tem um sabor (tão doce), de que vale ser vivida?
Quis ser sol nos teus dias cinzentos, ser água nos secos. Quis beijar as nuvens de teu semblante infinito e abraçar o teu coração. E fui sol nos teus dias cinzentos, água nos secos. E beijei as nuvens de teu semblante infinito e abracei o teu coração.
Não foi suficiente. Porque te perdi demasiado cedo! Deveria fazer-te tudo aquilo e muito mais, pelas estações vindouras, pelos tempos que passaríamos juntos... Tudo o que te quis dar, tudo o que te quis ser. Tudo ficou incompleto como uma obra inacabada. As mãos do Universo não foram cuidadosas contigo. Os seus dedos não pintaram a nossa vida devidamente. E revendo a tua história, pergunto porquê! Porquê alguém que faz tão bem ao mundo?
Zanguei-me. Zanguei-me com os pincéis do cosmos, por não terem retirado tinta suficiente para a tua tela! Nada tenho contra a variedade de cores. O que fez de facto falta foi mais tinta. A felicidade que me proporcionas é indescritível. As memórias que de ti ficaram guardo com o meu coração e quando as recordo é como se voltasses para mim. Depois, quando caio na realidade, uma melancolia, uma angústia, uma nostalgia intensa como o negro e o vermelho do Inferno invadem-me o coração. E é uma dor tão grande, tão grande!
Não foi suficiente. Porque te perdi demasiado cedo! Deveria fazer-te tudo aquilo e muito mais, pelas estações vindouras, pelos tempos que passaríamos juntos... Tudo o que te quis dar, tudo o que te quis ser. Tudo ficou incompleto como uma obra inacabada. As mãos do Universo não foram cuidadosas contigo. Os seus dedos não pintaram a nossa vida devidamente. E revendo a tua história, pergunto porquê! Porquê alguém que faz tão bem ao mundo?
Zanguei-me. Zanguei-me com os pincéis do cosmos, por não terem retirado tinta suficiente para a tua tela! Nada tenho contra a variedade de cores. O que fez de facto falta foi mais tinta. A felicidade que me proporcionas é indescritível. As memórias que de ti ficaram guardo com o meu coração e quando as recordo é como se voltasses para mim. Depois, quando caio na realidade, uma melancolia, uma angústia, uma nostalgia intensa como o negro e o vermelho do Inferno invadem-me o coração. E é uma dor tão grande, tão grande!
Gritei, blasfemei, esperneei, chorei, acabei com o mundo à minha volta quando te vi fechar os olhos, amor! Os olhos que não voltaria a ver, o rosto alegre e corado que naquele momento perdeu a cor e a garra pela vida, meu filho! Os lábios encarnados que beijavam as bochechas da tua mãe, querido! Perderam a cor. Perderam a vida. Os teus cabelos castanhos como os do teu pai e encaracolados como os meus, tua mãe, que costumavam esvoaçar ao vento cheios de força, caíam agora pela tua face, fracos e mais escuros. O teu sorriso inocente e puro, a tua bondade de coração igual à do teu pai eram o meu orgulho. Os meus dois homens. Os da minha vida. E perdi-te.
A revolta instalou-se. O pânico ajudou ao meu estado completo de desespero. Ter-te nos meus braços, sem poder ordenar ao tempo que voltasse atrás. Tiraram-te de mim. Roubaram-te a vida, filho! E eu não pude fazer nada. Prenderam-me e deixaram-me ver-te ali, no chão duro e gélido, sem amparo, só!
Como descrever a tua morte? Quando ouvi o seu som fiquei imediatamente surda. Não ouvi mais nada, nem os gritos horrorizados que dei. Só consegui sentir o teu corpo cair morto, sem cor, sem ti. Revejo-o vezes sem conta e agarro-me ao teu pai, a chorar, quase morta também. Ele abraça-me com a sua força e bondade e chora comigo. Ainda estás connosco, filho. Nunca desaparecerás. Afinal, foste o fruto do nosso amor. E este, é imortal!
Em resposta ao Projecto da Andreia. Espero que tenham gostado!
1. O meu coração é e sempre foi das Letras, apesar de ter caminhado pelas Ciências e pela Saúde.
2. O mar é muito importante na minha vida.
3. Cada vez mais sinto uma necessidade de me aproximar da Natureza, daquilo que ela nos dá. É uma bênção poder viver junto dela, onde basta abrir a janela do quarto para ouvir os passarinhos a cantarolar.
4. Detesto rádios ligadas o dia inteiro, a passarem sempre as mesmas músicas, que nem são assim tão boas (gostos não se discutem).
5. Na Música, ouço de (quase) tudo um pouco. Excepto Reggae e Kizomba - não consigo gostar. As minhas predilectas são Clássica e Pop/Rock. Ultimamente ouço muito Blues e Jazz.
6. Adoro o silêncio. Traz-me paz, dá-me tempo comigo mesma e oportunidade para reflectir. Gosto de estar comigo.
7. O meu coração terá sempre um cantinho maior e mais especial para a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen.
8. Prefiro a Literatura Portuguesa à Estrangeira, não sei bem explicar porquê. Talvez por ser a língua original da obra, sem necessidade de traduções, que por vezes se demonstram uma barreira, e por ter um amor tão grande à nossa língua tão bonita.
9. No humor, o meu ídolo é o grande Ricardo Araújo Pereira.
10. O meu primeiro blogue chamou-se Aguarela. O Bem-Me-Quer surgiu uns tempos depois de encerrar o Aguarela.
11. Estudei em Coimbra, mas sou e vivo no distrito de Lisboa.
12. Bebo muitos chás e tento evitar o café para não «viciar» o organismo.
13. O meu nome de Tuna é «Aurantia», Laranja em latim, por causa da cor do meu cabelo e por amar Letras.
14. Não gosto de abacate, infelizmente. Acho o seu sabor demasiado enjoativo.
15. Toco guitarra e ukulele.
16. A minha admiração pelas culturas orientais tem vindo a crescer imenso, desde que li «Comer, Orar e Amar», e cada vez gosto mais de aprender sobre isso. Os elefantes, os buddhas, a natureza, a meditação... tudo me deixa calma.
17. Já antes de ler este livro, tinha uma paixão secreta pelo Italiano, mas desde que o li que essa vontade de aprender se acendeu ainda mais.
18. Acho que descobri recentemente que a minha alma é mesmo de uma miúda do campo perto da praia... não vivo sem isto.
19. Ainda tenho sonhos por concretizar (e ainda bem!). Houve momentos em que pensei deixá-los para trás, mas percebi que estaria a deixar de viver com um propósito. É errado. Por mais difícil que possa ser, eu vou, nem que morra a tentá-lo, mas vou! Não morrerei com esse arrependimento no coração.
20. Tenho também ainda muitas viagens para fazer e muitos caminhos por trilhar. Que a fé não me fuja dos dedos e que Deus esteja sempre a meu lado!
Desafio proposto pela minha querida Joana. Muito obrigada, mais uma vez. Reflecti sobre imensas coisas para poder responder ao que se pedia... Espero que tenham gostado. Identificam-se em alguma coisa?
Leonor, Nôr, Nônô...
Há imenso tempo que não te vejo pessoalmente, mas vou acompanhando o teu talento que nunca deixei de admirar. Os bons vencem nesta vida e tu estás no caminho para a vitória. Parabéns pelos trabalhos que vais fazendo! E um obrigada sentido por aceitares perderes um pouquinho do teu tempo a conversar comigo!
1 - Leonor, para começar, e uma vez que ainda não te conhecemos aqui pela Blogosfera, gostarias de fazer uma apresentação sobre ti e sobre o teu trabalho?
2 - Quando é que percebeste que a tua vida estaria inclinada para esta área magnífica?
3 - Dentro do mundo vasto da Arte, que área te deixa o coração a palpitar com mais força?
4 - E nas artes plásticas, é para a Pintura que tens mais tendência a «cair» para te expressar?
5 - Fala-nos um pouco sobre o teu crescimento e evolução relativamente a esta paixão. Certamente, tens notado algumas mudanças na tua forma de pensar e de estruturar as coisas. O que sentes que mais tem mudado em relação a isso?
6 - Também tocas Violino. O que te fascina na Música?
7 - No Cinema... há algum filme que te tenha marcado especialmente?
8 - Já tiveste alguma experiência a realizar alguma curta-metragem? Tens alguma curiosidade neste campo?
9 - Na Fotografia, qual a característica que consideras fundamental para que consiga marcar profundamente determinado tipo de população?
10 - Na experiência que tens tido e pelo que vais observando, tendo em conta a diversidade da população, qual das artes que hoje parece chegar mais facilmente a um maior número de pessoas?
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Todas as imagens desta publicação são da autoria da Leonor.
Há imenso tempo que não te vejo pessoalmente, mas vou acompanhando o teu talento que nunca deixei de admirar. Os bons vencem nesta vida e tu estás no caminho para a vitória. Parabéns pelos trabalhos que vais fazendo! E um obrigada sentido por aceitares perderes um pouquinho do teu tempo a conversar comigo!
Olá, Carol! É verdade, já lá vai
algum tempo. Se bem me lembro a última vez que te vi e que falámos foi na Feira
de S. Pedro, sentadinhas ao pé da rolote dos kebabs (ahah!) para meter “vidas em
dia”, partilhando (e suspirando) episódios e crescimentos, que entretanto
acumulámos desde os tempos da Freiria, da Henriques Nogueira e das faculdades…
oh, tempo!
Em primeiro lugar, eu é que
agradeço por te teres lembrado de mim e me teres lançado este “desafio” tão bom
e que aquece tanto a alma. Em segundo, acho que te enganaste na frase “perderes
um pouquinho do teu tempo a conversar comigo”. Não será antes “ganhares”? Como
posso perder tempo a falar de paixões? Muito menos a quem se mostra tocado de
alguma forma por elas? Só vejo ganhos aqui (por isso, mais uma vez, te
agradeço).
1 - Leonor, para começar, e uma vez que ainda não te conhecemos aqui pela Blogosfera, gostarias de fazer uma apresentação sobre ti e sobre o teu trabalho?
Bem…
Não sou muito de aventuras espontâneas, embora sonhe sempre com elas. Sou
simples na (minha) generalidade, complicada nos (meus) pormenores. Sou a mais
velha, mas a mais baixa, de cinco (não me subestimem, desenvolvi toda uma gama
de estratégias para me impor… ou não… pelo sim pelo não posso sempre dizer
“respeitinho aos mais velhos”).
Não leio muitos livros, mas pessoas sim (todos os dias)! Mordo as bochechas quando estou nervosa e quando (so)rriu demasiado elas apoderam-se de metade da minha cara. Não passo um dia sem café –“por (Ca)(Fé) é que nos salva!” como dizia o meu querido avô. Gosto de ver e ir à bola, de aguarelas e de estrelas.
Equitação, Música, Taekwondo e Escutismo alegraram-me a vida. Família, amigos e arte embeleza(ra)m-na. Entreguei-me às Belas-Artes e agora ando a descobrir o mundo dos museus. A lista poderia estender-se por mais e mais linhas, mas eu tenho mais perguntas a responder e vocês paciência finita, quero aproveitá-la bem.
Quanto ao meu trabalho penso que, embora considere extremamente delicada e difícil a tradução por palavras, revela as constantes buscas, (in)certezas, (des)encontros, gestos e impulsos em que me desdobro e faço desdobrar, dia após dia, eternizados numa pintura, fotografia, desenho… autênticas ferramentas de uma alma itinerante, errante, arrebatada (a minha, a tua, a de todos).
Não leio muitos livros, mas pessoas sim (todos os dias)! Mordo as bochechas quando estou nervosa e quando (so)rriu demasiado elas apoderam-se de metade da minha cara. Não passo um dia sem café –“por (Ca)(Fé) é que nos salva!” como dizia o meu querido avô. Gosto de ver e ir à bola, de aguarelas e de estrelas.
Equitação, Música, Taekwondo e Escutismo alegraram-me a vida. Família, amigos e arte embeleza(ra)m-na. Entreguei-me às Belas-Artes e agora ando a descobrir o mundo dos museus. A lista poderia estender-se por mais e mais linhas, mas eu tenho mais perguntas a responder e vocês paciência finita, quero aproveitá-la bem.
Quanto ao meu trabalho penso que, embora considere extremamente delicada e difícil a tradução por palavras, revela as constantes buscas, (in)certezas, (des)encontros, gestos e impulsos em que me desdobro e faço desdobrar, dia após dia, eternizados numa pintura, fotografia, desenho… autênticas ferramentas de uma alma itinerante, errante, arrebatada (a minha, a tua, a de todos).
2 - Quando é que percebeste que a tua vida estaria inclinada para esta área magnífica?
Desde
cedo que as cores, os pinceís, os lápis e as telas ocuparam um lugarzinho
especial no meu coração. Sempre adorei desenhar e pintar e a minha primeira resposta
à pergunta “o que queres ser quando fores grande? provou isso – “pintora” (por
volta dos seis anos até pedi como prenda de anos uma boina preta e um
cavalete). No entanto, essa certeza rapidamente se fragilizou. Não a certeza de
que adorei e adoro pintar, mas a de que quereria ser pintora, artista.
Na verdade, estive muito perto de nem sequer escolher artes no secundário. Ciências ou artes? O que faço agora? Gosto de ambas… preciso de ambas… (não é que no dia das matrículas, os professores responsáveis que me apareceram com uma ficha, na qual uma cruz bastaria para a decisão da área, eram, sem mais nem menos, a professora de Ciências e o professor de EV? Engraçado). E pronto, o tal conselho de “escolhe o que te faz mais feliz” fez-me sentido. E por esse conselho tenho guiado a minha vida. Depois do secundário escolhi licenciar-me em Pintura, e assim foi. E não foi, nem é, um caminho sem pedras, sem incertezas e sem “crises existenciais”, mas são pedras, incertezas e crises coloridas.
Na verdade, estive muito perto de nem sequer escolher artes no secundário. Ciências ou artes? O que faço agora? Gosto de ambas… preciso de ambas… (não é que no dia das matrículas, os professores responsáveis que me apareceram com uma ficha, na qual uma cruz bastaria para a decisão da área, eram, sem mais nem menos, a professora de Ciências e o professor de EV? Engraçado). E pronto, o tal conselho de “escolhe o que te faz mais feliz” fez-me sentido. E por esse conselho tenho guiado a minha vida. Depois do secundário escolhi licenciar-me em Pintura, e assim foi. E não foi, nem é, um caminho sem pedras, sem incertezas e sem “crises existenciais”, mas são pedras, incertezas e crises coloridas.
3 - Dentro do mundo vasto da Arte, que área te deixa o coração a palpitar com mais força?
Diria que a pintura e a fotografia são os meus mundos preferidos dentro
do universo da arte. Não consigo escolher apenas um. Para mim eles opõem-se e complementam-se
simultaneamente. Há coisas que só vejo, sinto, revelo ou escondo numa pintura… Há
coisas que só vejo, sinto, revelo ou escondo numa fotografia…. E há coisas que
só vejo, sinto, revelo ou escondo com ambas em diálogo, ou em silêncio. O
nascimento da fotografia, há quem diga, trouxe a primeira crise à pintura… o
que por um lado não deixa de ser verdade… mas, e quanta potencialidade? Ambas
falam e fazem falar de maneira particular, preciso de ambas (e a vida também).
4 - E nas artes plásticas, é para a Pintura que tens mais tendência a «cair» para te expressar?
Sim, caio e caio mesmo. Às vezes nem me consigo levantar… Especialmente
quando dá luta, sabes? À procura do tom, do volume, da composição, da ideia…
dos outros ou de mim própria. Prende mas também liberta. Há coisas que ficariam
por dizer se não pudesse pintar. E por sonhar. Devemos muito à pintura. À
Arte… Só que ainda nem todos
acordaram…Quanta (in)sensibilidade?
5 - Fala-nos um pouco sobre o teu crescimento e evolução relativamente a esta paixão. Certamente, tens notado algumas mudanças na tua forma de pensar e de estruturar as coisas. O que sentes que mais tem mudado em relação a isso?
Como é natural, a minha ingenuidade de ontem não
é a mesma de hoje, e a de hoje não será a mesma de amanhã. Sabias que a maioria
das pessoas não desenvolvem as suas potencialidades artísticas além das que
atingiram por volta dos nove anos? Precisamente quando descobrimos a
“perspetiva”… e a frustração da dificuldade de a plasmarmos no desenho ou na
pintura, por exemplo, levam-nos a perder parte do interesse no processo
artístico… Geralmente, porque achamos “não ser capazes de”… e na “criação
artística” das crianças, contrariamente à dos adolescentes e à dos adultos, embora
possam estar conscientes de que as suas obras são diferentes às dos outros, não se
sentem pressionadas por regras, convencionalismos ou complexos – doce
ingenuidade. Queremos encaixar-nos e acabamos por adormecer o que pode existir
de melhor em nós.
Isso tem acontecido um pouco ao longo do meu crescimento. Certamente quando era mais nova era mais ousada nas minhas escolhas (mesmo que inconscientemente): não tinha medo de misturar cores estridentes com cores secas… de encher folhas… de fugir a regras. No básico e no secundário ensinam-nos teorias da cor, da forma, falam-nos que o equilíbrio, a homogeneidade e o realismo são as chaves e que pintar fora dos contornos é sinónimo de imperfeição. E depois? Na faculdade descobrem-nos presos e tentam ensinar-nos a ser novamente crianças: a arriscar, misturar, cortar, dobrar, virar, remexer, descolar, agitar… numa procura de identidade tremenda. E esta foi a principal mudança que senti em relação à maneira de ver, pensar e sentir a arte ao longo dos anos.
Tento ser, de certa forma, cada vez mais a Leonor dos seis anos, que respondeu sem medo que queria ser pintora e que não cedia na decisão de juntar laranja com rosa, de fazer braços a sair diretamente da cabeça ou olhos esbugalhados num sol no canto da folha. Uma criança não se fica pelas preferências estéticas (até porque muitas vezes ainda nem as tem nem as sabe), não se guia por escolas artísticas e muito menos se prende por valores de mercado, não lhe interessa o domínio da técnica e muito menos a “transcendência” das suas “obras” … e isso é maravilhoso. Gostava de continuar assim. E tem sido uma luta (às vezes brincadeira) constante. Ainda me é difícil. Muitas vezes acabo novamente presa. Às vezes surpreendo-me com o resultado (ou com o próprio processo). Às vezes vale a pena cada tentativa. Às vezes vale a pena deixar em aberto. E é nesta mesma corda bamba que tenho cresc(ido). Parte de mim gosta e guia-se pelos academismos, parte de mim tenta combate-los.
Isso tem acontecido um pouco ao longo do meu crescimento. Certamente quando era mais nova era mais ousada nas minhas escolhas (mesmo que inconscientemente): não tinha medo de misturar cores estridentes com cores secas… de encher folhas… de fugir a regras. No básico e no secundário ensinam-nos teorias da cor, da forma, falam-nos que o equilíbrio, a homogeneidade e o realismo são as chaves e que pintar fora dos contornos é sinónimo de imperfeição. E depois? Na faculdade descobrem-nos presos e tentam ensinar-nos a ser novamente crianças: a arriscar, misturar, cortar, dobrar, virar, remexer, descolar, agitar… numa procura de identidade tremenda. E esta foi a principal mudança que senti em relação à maneira de ver, pensar e sentir a arte ao longo dos anos.
Tento ser, de certa forma, cada vez mais a Leonor dos seis anos, que respondeu sem medo que queria ser pintora e que não cedia na decisão de juntar laranja com rosa, de fazer braços a sair diretamente da cabeça ou olhos esbugalhados num sol no canto da folha. Uma criança não se fica pelas preferências estéticas (até porque muitas vezes ainda nem as tem nem as sabe), não se guia por escolas artísticas e muito menos se prende por valores de mercado, não lhe interessa o domínio da técnica e muito menos a “transcendência” das suas “obras” … e isso é maravilhoso. Gostava de continuar assim. E tem sido uma luta (às vezes brincadeira) constante. Ainda me é difícil. Muitas vezes acabo novamente presa. Às vezes surpreendo-me com o resultado (ou com o próprio processo). Às vezes vale a pena cada tentativa. Às vezes vale a pena deixar em aberto. E é nesta mesma corda bamba que tenho cresc(ido). Parte de mim gosta e guia-se pelos academismos, parte de mim tenta combate-los.
6 - Também tocas Violino. O que te fascina na Música?
Bem, já não toco há muuuuuuuito tempo! Gostava de ter coragem para
voltar. Talvez um dia. Sensibilidade – acho que é isso que me fascina.
Necessária para tocar e para saber ouvir. Tal como na pintura, na fotografia,
no desenho… Todos nos projetam de alguma maneira. Não há ninguém indiferente à
música, acho eu. Tenho quase a certeza. Nem todos sabemos compor, tocar ou (en)cantar,
mas ela, a música, “toca-nos” a todos… e é esse o seu poder. Quem nunca chorou,
sorriu, ou se arrepiou com ela? … Quantas sensações, poemas? Ela é-me íntima, e
acho que a vocês também. Não imagino uma vida sem ritmo. Como diríamos que
gostamos de alguém sem música? Ou que sentimos saudade? Que temos medo de algo ou
que esse algo é belo?
7 - No Cinema... há algum filme que te tenha marcado especialmente?
O clássico Forrest Gump… talvez o que me encantou
mais até hoje. Aquela história, aquele diretor, aquele ator, aquela banda sonora,
aquela fotografia, aqueles efeitos visuais … combinação perfeita para mim. É um
filme que nos conquista e que nos muda. É que a história não tem um género
único, é uma mistura interessante de vários, que juntos compõem verdadeiramente
uma obra prima. A inocência daquela grande (e cheia, completa) história de
vida, que não se deixou corromper por polémicas e grandes eventos, contada numa
paragem de autocarro, e que no fundo se resumia a umpropósito, encontrar aquela
que lhe escapou… É um filme de pormenores, de detalhes… de simplicidade… acima
de tudo de felicidade e de esperança, de saudade e de amor.
8 - Já tiveste alguma experiência a realizar alguma curta-metragem? Tens alguma curiosidade neste campo?
Não e sim. Não tenho experiência nenhuma mas a
curiosidade é imensa. Talvez um dia me aventure. Até lá conto histórias com a
pintura e com a fotografia. Mas estou completamente consciente do potencial do
cinema e do que se pode (re)contar através de uma curta-metragem.
9 - Na Fotografia, qual a característica que consideras fundamental para que consiga marcar profundamente determinado tipo de população?
Essa pergunta é muito difícil! Penso que não
exista “a” característica que marque profundamente as pessoas. Isso é muito subjetivo,
na minha opinão. Quando fotografo, fotografo porque desejo e sinto essa
necessidade… sem compromissos com a harmonia perfeita entre luz, velocidade, exposição,
nitidez, foco, entre outros. Interessa-me o que algo pode dizer de novo, de
modo diferente ou simplesmente cujo silêncio me intrigue. E o “objetivo” é
captar para a partir delas poder decifrar, criar novamente ou simplesmente
desdobrar sentidos. Acho que uma “bela” fotografia é aquela que (me) intriga,
que (me) conspira e que (me) (des)constroi (in)conscientemente.
10 - Na experiência que tens tido e pelo que vais observando, tendo em conta a diversidade da população, qual das artes que hoje parece chegar mais facilmente a um maior número de pessoas?
Afinal esta pergunta é que é difícil!! Não sei
responder… A maioria das pessoas (claro que nem todas, felizmente) ainda estão
muito apegadas às obras que lhes dão respostas rápidas e diretas às suas
perguntas. Se exigir um pouco mais de atenção, de umolhar mais cuidado e de um
pensamento mais crítico a coisa já fica mais difícil. Descodificar uma obra que
não nos dê logo as pistas, conseguidas somente se nos envolvermos de forma
menos supérfula com ela, é “penoso”, “trabalhoso”. Ainda há uma certa
resistência áquilo que não se encaixa no figurativo realista… Interatividade e
tecnologia também parecem estar na lista dos preferidos. Mas mais uma vez, esta
questão e resposta são extremamente subjetivas. Mas as coisas mudam (e têm
mudado) aos pouquinhos. Há espaço para todas as artes. E há imensas formas de a
fazer chegar às pessoas. Há para todos os gostos e feitios!
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Senti uma espécie de irmã da saudade como se de uma família ou terra natal se tratasse. Senti uma alegria maravilhosa por ter tido a oportunidade de conhecer São Miguel, terra que me trouxe tanta paz e liberdade de espírito em tão pouco tempo. E na despedida, uma tristeza grande e cinzenta me assombrou por ter de abandonar tão rapidamente esta ilha tão bonita de paisagem e de coração.
Afeiçoamo-nos aos diferentes ventos e às diferentes chuvas. Apaixonamo-nos pelas tradições como se fossem nossas e pelas gentes como se fossem a nossa nação.
Abraço uma terra que não é minha, mas que agora faz parte de mim.
São Miguel, não pude ficar e, por isso, trouxe-te comigo.
Lamento, mas ainda não consigo esconder as minhas lágrimas de mim própria com a mesma facilidade que as disfarço com um sorriso para o mundo!
Ser feliz no mundo é muito mais fácil do que ser feliz em mim.
O mundo precisa mais de sorrisos agora do que nunca e por isso é tão mais fácil ser-lhe alegre. É tão mais fácil rir com os que nos fazem felizes. É tão mais fácil fazer rir quem amamos.
As nossas tristezas são a coisinha mais pequenina quando olhamos para os olhos brilhantes de alguém que nos vê e nos sorri... impossível é não conseguir retribuir esse sorriso que nos pinta o dia e muitas vezes nos faz pensar que afinal valeu a pena levantar os pés da cama.
O dia está repleto de pessoas fantásticas que dão vontade de continuar e de dizer «Amanhã»!
A noite está cheia de memórias, pensamentos e suposições que insistem em atormentar.
O dia quase que não dói. O que magoa é a noite!
Aguarela - o nome do meu primeiro blogue.
Aguarela, um nome que me diz tanto e algo que eu não fazia há tantos anos.
A Joana tem vindo a inspirar-me a seguir as minhas pequenas (e) grandes paixões, porque a vida não é só trabalho e a nossa alma precisa de respirar e de viver. Sem isso, somos robôs que trabalham, comem e dormem. E eu estava, sem me aperceber, a tornar-me num robô, uma máquina que não sente.
E que bem que fez à minha luz interior (re)começar a pintar! Não imaginam a paz de espírito e a tranquilidade que me invadiram neste dia.
Acho que muitos de nós se deixa levar erroneamente pelo quotidiano dos crescidos, dos adultos, de gente séria que não sabe sorrir nem sentir ou que se esqueceu de como fazê-lo. Mas depois há seres humanos lindos, com uma luz por dentro que consegue sair para o exterior e iluminar os outros - assim como a Joana, que nos inspira todos os dias com a sua genuinidade em todo o trabalho (e arte) que faz. Obrigada, querida Joana, mais uma vez, por nos ajudares a despertar para as coisas boas que a vida tem e por nos incentivares a fazer crescer os nossos sonhos. Continua por aqui, a ser quem és, miúda, fazes bem a esta malta toda 🌼🍀💛