A minha primeira descoberta a sério de música de 2019 foi a banda de rock alternativo norte-americana Cage The Elephant. Comecei por ouvi-los, sem querer, nas playlists automáticas que existem no Youtube em que nos sugerem vídeos com base nas nossas pesquisas e/ou visualizações.
E enquanto escrevia no computador, ao som da música aleatória do Youtube, deliciei-me com alguns sons desta banda. Vou descobrindo que me me consigo deliciar com duas, três, quatro, até que dou por mim a consumir imensas músicas deles.
Continuo nesta descoberta maravilhosa de boa onda que eles transmitem e que me dão inspiração enquanto escrevo. Sinto que os Cage The Elephant vão ser uma boa companhia não só, mas também, enquanto crio conteúdo para o Bem-Me-Quer.
Conhecem-nos?
levei-te ao mar comigo.
levei-te comigo ao meu mar.
agora conheces as ondas
que me deixam feliz,
a espuma e o sal
que me fazem sorrir.
corremos nesta areia
que abraça o meu mar.
o nosso mar, agora.
fizémos um poema na lua
numa noite de céu estrelado.
olhámos para cima e
escolhemos palavras
para dizer em silêncio.
nesse silêncio cheio de versos,
com os nossos olhos brilhantes,
falámos calados em melodia.
demos à luz um silêncio tão bonito.
um silêncio cheio de poesia de coração.
Vista da janela do meu quarto, pelas 6h da manhã.
O Tiago convidou-me a participar na sua nova rubrica e foi um gosto ser uma das pessoas a poder fazê-lo. O objectivo é falar do nosso gosto pela fotografia. Uma vez que sou novata e pouco experiente nesse campo, participei com algum receio, pois não tenho conhecimento para falar de fotografia. Então, o que fiz foi escrever sobre o que a fotografia e o acto de fotografar me fazem sentir.
Aqui fica o link da publicação do blogue do Tiago, a quem agradeço uma vez mais esta oportunidade: clica aqui.
Estou sentada na minha cama a escrever, no meio dos meus lençóis polares, quentinhos, macios e cor-de-rosa. As gotas grossas da chuva zangada batem no vidro com força e raiva, mas cá dentro está quentinho. A lareira está acesa e sentir este conforto no meio de uma tempestade é de louvar, é reconfortante e sinto uma gratidão gigante por ter um abrigo, um tecto, uma casa que me protege do clima quando este está mais agreste, por ter um quarto, por ter uma cama!
As galochas vermelhas descansam no tapete castanho e espesso da rua e aguardam por mais uma aventura a patinhar nas poças de água lamacenta nos buracos da calçada portuguesa dos passeios da cidade ou nas poças de lama do campo na terrinha do mar e do coração.
Os casacos, blusões, sobretudos e capas protectoras da chuva dormem no bengaleiro no hall de entrada, mesmo por cima do tapete de cor quente que dá as boas-vindas aos convidados.
Lá fora, os guarda-chuvas deixam a água derreter até ao chão frio da varanda.
Lá fora, é Inverno.
Mais uma das visitas que não me arrependo de ter feito por Coimbra.
Mas, afinal de contas, em Coimbra não me arrependo de nenhuma visita que fiz. Coimbra é linda no meu coração. Sempre.
Em pleno mês de Julho, para a despedida da vida de estudante, decidi então conhecer mais um monumento de Coimbra por dentro. E é lá dentro que a magia acontece, embora o pátio e a área externa, juntamente com a magnífica vista para a cidade sejam igualmente encantadores.
Fotografias tiradas por mim e pelo meu irmão, Tomás Ferreira.
- Devíamos poder pedir para morrer e levarem-nos logo daqui embora, como quem pede ao taxista que nos leve ali ao quarteirão porque andamos a transbordar de cansaço de caminhar. Só que ao taxista paga-se-lhe o serviço e ficamos satisfeitos, mas encontrar alguém que aceite fazê-lo independentemente do pagamento é difícil... até a mim me falta a coragem. Sinto-me fútil, egoísta e cobarde por desejar ter uma doença que acabe de vez comigo porque não tenho coragem de fazê-lo com as minhas próprias mãos. Desejar que o mal de muita gente e muitas crianças inocentes se evapore delas e se concentre em mim para me ir mais depressa deste mundo. É que elas têm amor pela vida, sabes? E eu não. É injusto. Entendes a barbaridade, mas ao mesmo tempo quase santo argumento, que estou a dizer?
- Infelizmente, há mais gente a pensar como tu... como nós, aliás, meu caro. Brindemos. À vida. Ou ao que resta dela.
sinto-te ao meu lado
sinto-te aqui
sinto os teus olhos,
os teus lábios,
a tua barba
sinto as tuas mãos,
o teu cabelo
e o teu pescoço
sinto-te
Uma vez que terminei a Faculdade, a diversidade de afazeres diminuiu consideravelmente. Já não há reuniões de projecto, nem de Direcção Geral de Tuna, nem reuniões do jornal da Faculdade, pelo que a agenda de 2019 não precisaria de ser tão grande como a do ano que passou (AQUI).
No entanto, como gostei tanto da forma como estava organizada, procurei na Stradivarius por modelos semelhantes. E encontreio perfeito para mim! O design e a organização são muito semelhantes à do ano passado e tem o tamanho ideal para levar para todo o lado. A capa continua a ser maleável mas protectora na mesma do seu interior. A cor é mais alegre, mas já não possui o elástico nem o fio marcador. Tem tamanho A5 e é composta, tal como a de 2018, por um calendário em tabela no início de cada mês e depois então apresentam-se os dias, individual e espaçosamente.
Para quem ainda não encontrou a agenda para o seu 2019, deixo uma sugestão que gostei e que me surpreendeu bastante pela positiva.
E vocês já compraram a vossa agenda? Onde?
O tempo voa sem querer Neste tempo de encantar Sem mais nos deixar amar, Sem mais nos deixar viver.
E eu choro a minha partida Num pranto de desespero Que me rasga a alma, Que me rouba a vida.
Sinto teu rio como sangue meu, Serei tua eternamente. Trago comigo o teu vento E memórias da tua gente.
A minha voz a Coimbra canta E o meu coração ao Mondego se entrega Em melodias de saudade, Onde nasceu a felicidade.
Até metade do meu 2018, as minhas leituras foram pouco frequentes devido, não só ao pouco tempo que tinha, como também à falta disponibilidade mental e emocional para o fazer. Era estágio, eram relatórios, eram projectos de investigação, era o Curriculum Vitae... enfim, era o fim da Licenciatura e o início da carreira profissional.
Pelo que, mais ou menos por volta de Setembro e Outubro é que comecei realmente a ter espaço no meu coração vermelho de sangue e nos meus olhos verdes de esperança para receber novos livros no meu peito.
Talvez este ano desenvolva esta nova rubrica «Biblioteca», onde dê uma breve opinião dos livros que vou lendo. O que acham?
Vamos ver se lemos os mesmos livros?
(1) «A Arte subtil de saber dizer que se f*oda»(não está na fotografia, pois emprestei-o recentemente) foi uma surpresa. Quem olha para o título sem saber do que se trata, deve achar que Mark é um ordinário qualquer que não tem mais nada para fazer na vida. Não é o caso, garanto-vos. Realista e actual, Mark dá-nos um murro no estômago e um pontapé nas costas com um vislumbre daquilo que realmente acontece nos nossos mundos. Chega de paninhos quentes. Há que saber resolver os problemas como gente adulta que se é, sem expectativas demasiado utópicas, mas de acordo com o que as nossas capacidades nos permitem. Não se trata de ser pessimista, mas de perceber a realidade de forma humilde e honesta para poder andar de mãos dadas com ela, com pés bem assentes na terra, cientes das nossas fraquezas e das nossas forças, tentando manter o equilíbrio nas nossas vidas.
(2) «O Livro de Desassossego» e (3) «Pensar» andavam comigo para um lado e para o outro há já algum tempo (até mesmo antes de 2018, suponho), para ler quando tivesse uns minutos livres, pois não existe nenhum enredo, já que são ambos um conjunto de pequenos textos e reflexões, embora tenham uma progressão lógica. Não posso dizer que são de fácil leitura, como devem imaginar, mas o facto de serem citações mais curtas permitia-me dar mais liberdade à continuação da leitura. Abria o livro quando me apetecia e o tempo me permitia e saboreava o pouquinho que podia, no momento. Apesar disso, por vezes, apanhava temas pesados, como vida, morte, política... um pouco de tudo.
Rupi Kaur foi uma surpresa agradável para mim no que toca a poesia. Depois de ter lido sobre as suas obras, tive de comprá-las imediatamente pois saberia que seriam leituras enriquecedoras e, também, fugazes. Em primeiro lugar, saltei para o (4) «leite e mel», por saber que eram temas mais delicados que eram abordados, mais negros e difíceis de digerir, para depois me poder deliciar com as meigas e doces palavras de (5) «o sol e as suas flores».
(6) «A vida interior» foi também uma leitura agradável pelo facto de ter aprendido e interiorizado determinados conceitos relativos ao nosso eu, ao nosso interior, às emoções e aos sentimentos que por vezes não conseguimos definir. Com uma linguagem bastante acessível, qualquer um sem ser da área (Psicologia) consegue perceber e ficar esclarecido com o que se pretende transmitir. Não tenho vergonha de dizer que este ano foi marcado por leituras mais leves e algumas de auto-ajuda. Sinto que precisava de temas menos pesados e sentia necessidade de ler coisas que me alegrassem o dia e fizessem relembrar, sentir e dar valor às coisas boas do quotidiano, o que explica os 3 títulos seguintes.
(7) «O Livro de Hygge»,(8) «O Livro de Lykke» e (9) «Feliz» só vieram dar mais gosto pela vida, especialmente a de Outono e de Inverno. A ideia mais geral com que fiquei no fim destes livros foi que devemos fazer do nosso dia-a-dia, os dias mais felizes das nossas vidas. E faz todo o sentido, sabem? Passamos a vida a trabalhar, mas a desejar que chegue o fim-de-semana, as férias, aquela viagem que marcámos e que supostamente nos vai deixar mais felizes e ricos interiormente (o que certamente é verdade e não invalida nada), mas esquecemo-nos de ser felizes também no resto do tempo. Entramos naquilo a que muitos chamam de Piloto Automático e já nem damos conta daquilo que fazemos: toca o despertador, lavamos os dentes, vestimos a farda, vamos trabalhar, saímos do trabalho, jantamos, tomamos banho e vamos (tentar) dormir. Mas então e os entretantos? A vida é só isto? Uma espera constante pelos dias de descanso para fazermos algo que gostamos, para nos permitirmos ter algum prazer?
(10) «publicação da mortalidade», a minha estreia com Valter Hugo Mãe. Um sentimento misto em relação a esta leitura. Gostei muito de alguns poemas e não tanto de outros. Apesar de pequeno, levou algum tempo a ler, pois para além de ser poesia, não é assim tão fácil de ler quanto isso. Confesso que acho que não foi uma boa escolha para quem se inicia num autor. Devia ter começado pela prosa. No entanto, é uma obra a guardar, certamente, pela beleza e complexidade nela contidas.
(11) «Crime e Castigo»... o melhor clássico que já li até hoje. De uma complexidade extrema, mas maravilhosamente construído. Leva-nos a querer defender um assassino, leva-nos a ficar do lado dele. Dois volumes cheios de Psicologia, sem se falar de Psicologia. Para a época, está muito bem desenhado do ponto de vista emocional. A forma como são expostas as ideias, o suceder dos acontecimentos, tudo numa progressão racional, tendo em conta os imprevistos relatados. Demorei algum tempo a digeri-lo, mas fiquei saciada! Uma obra esplendorosa! Diria que continuarei a ler Dostoiévski no futuro. Foi um gosto!
(12) «O Velho e o Mar», de Hemingway, foi mais uma estreia. Apercebo-me agora mesmo que foi um ano de estreias literárias para mim. Fugi um pouco daquilo a que estava habituada, aos autores portugueses, que mais admiro e gosto de ler, por serem escritos na língua materna e na língua original, sem que sejam necessárias traduções, que nem sempre são fiéis. Estreia agradável esta, que no início parecia aborrecida, fazendo-me lembrar excertos d'Os Maias em que o Eça descrevia o Ramalhete em mil e uma páginas, mas depressa entrei no ritmo e percebi uma possível intenção da obra. Um livro pequeno, com a tradução de Jorge de Sena, mas que nos dá uma grande lição - querer e desejar muito que uma coisa aconteça pode não ser bom. Pedirmos a este mundo e ao outro que alguma coisa aconteça pode trazer frustração porque há sempre variáveis que não podemos controlar e as consequências desse desejo realizado nem sempre são óbvias.
(13) «Uma Vida Muito Boa» já todos vocês devem conhecer. Basicamente, é o discurso de J. K. Rowling numa formatura de 2008, em Harvard. Gostei tanto de vê-lo online (cliquem AQUI para assistirem ao vídeo) que quis tê-lo comigo em palavras para poder inspirar-me nele de quando em quando.
(14) «O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá» foi talvez das histórias de amor mais ternurentas que li até hoje. Apesar do seu fim, sinto-me bem por tê-la lido com a idade que tenho, pois a interpretação que faria dela há uns anos atrás seria completamente diferente da que fiz hoje. Aprendemos muito com as histórias escritas para crianças quando as lemos em adultos, sabem? E acho que se as lermos quando tivermos 40 e 50 e 60 anos as interpretações variarião inevitavelmente, devido às experiências de vida que vamos tendo.
(15) «Comer, Orar e Amar»foi uma autêntica explosão de prazer, reflexão e sentimentos. Elizabeth viaja pelos três I's (Itália, Índia e Indonésia), em busca do seu «I» (Eu, em Inglês). Começando pelo prazer que toda a comida, língua e pronúnica italianas podem proporcionar, Elizabeth liberta-se de alguns pesos na bela cidade de Roma para poder recuperar as suas forças após um divórcio difícil de encerrar e um relacionamento (quase) terminado. De seguida, o objectivo é, na Índia, aprender a meditar, a controlar a sua mente, onde acaba por descobrir que não é a tentar mudar a sua personalidade ou a tentar ser outra pessoa que se sentirá mais feliz e amada, mas sim sendo ela mesma. Por fim, na Indonésia, depois das duas fases anteriores, acaba por encontrar um equilíbrio e estabilidade onde ela achava estar perdida. E como diz o livro, algures, para ter uma vida equilibrada, é preciso ter alguns desequilíbrios em determinadas áreas.
Conhecem alguns destes livros?
O que acharam deles?
Que livros de 2018 levam no vosso coração? Nota: Este blogue é afiliado da Wook. Assim, ao adquirirem obras através dos links disponibilizados, estão a contribuir para o seu crescimento literário. Obrigada! Bem-Vos-Quero 🌼