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| A querida Sofia tirou-me esta fotografia. |
- A vida é tão difícil. - dizia.
- Pois é. - respondeu-lhe.
- Devíamos poder pedir para morrer e levarem-nos logo daqui embora, como quem pede ao taxista que nos leve ali ao quarteirão porque andamos a transbordar de cansaço de caminhar. Só que ao taxista paga-se-lhe o serviço e ficamos satisfeitos, mas encontrar alguém que aceite fazê-lo independentemente do pagamento é difícil... até a mim me falta a coragem. Sinto-me fútil, egoísta e cobarde por desejar ter uma doença que acabe de vez comigo porque não tenho coragem de fazê-lo com as minhas próprias mãos. Desejar que o mal de muita gente e muitas crianças inocentes se evapore delas e se concentre em mim para me ir mais depressa deste mundo. É que elas têm amor pela vida, sabes? E eu não. É injusto. Entendes a barbaridade, mas ao mesmo tempo quase santo argumento, que estou a dizer?
- Infelizmente, há mais gente a pensar como tu... como nós, aliás, meu caro. Brindemos. À vida. Ou ao que resta dela.
4 Comments
Por vezes, é difícil aceitar as circunstâncias da vida. Acredito que nada é por acaso, e que determinadas batalhas só vão ter às pessoas que são capazes para tal!
ResponderEliminarBeijinho, Ana Rita*
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É impressionante - e angustiante - como a nossa vida pode entrar numa espiral negativa, consumindo-nos toda a energia. Depois, claro, é difícil deixar de parte pensamentos como estes, porque queremos mesmo colocar um final ao sofrimento.
ResponderEliminarFantástico, minha querida <3
r: Chega a um ponto em que, se calhar, o sofrimento é maior para aqueles que os rodeiam, porque a pessoa acaba por estar no mundo dela, distante; quem está consciente sente o peso de não conseguir conceder-lhe um maior conforto
ResponderEliminarObrigada, minha querida *-*
O que me deixa triste, é que este sentimento existe e existe em mais pessoas do que imaginamos. Imaginar que as pessoas perdem o encanto pela vida deixa-me angustiada, mas é uma realidade, uma realidade que não pode ser ignorada.
ResponderEliminarGostei.
Beijinho
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