Inverno


Estou sentada na minha cama a escrever, no meio dos meus lençóis polares, quentinhos, macios e cor-de-rosa. As gotas grossas da chuva zangada batem no vidro com força e raiva, mas cá dentro está quentinho. A lareira está acesa e sentir este conforto no meio de uma tempestade é de louvar, é reconfortante e sinto uma gratidão gigante por ter um abrigo, um tecto, uma casa que me protege do clima quando este está mais agreste, por ter um quarto, por ter uma cama!

As galochas vermelhas descansam no tapete castanho e espesso da rua e aguardam por mais uma aventura a patinhar nas poças de água lamacenta nos buracos da calçada portuguesa dos passeios da cidade ou nas poças de lama do campo na terrinha do mar e do coração.

Os casacos, blusões, sobretudos e capas protectoras da chuva dormem no bengaleiro no hall de entrada, mesmo por cima do tapete de cor quente que dá as boas-vindas aos convidados.

Lá fora, os guarda-chuvas deixam a água derreter até ao chão frio da varanda.

Lá fora, é Inverno.

3 Comments

  1. O inverno faz-se sentir lá fora, mas há verão dentro de casa, nesse aconchego bom de quem protege o corpo e a alma *-*
    Gostei imenso, minha querida!

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  2. E este aconchego que retratas é tão maravilhoso, tão nosso e tão especial! Quando nos sentimos em casa, o inverno e o frio ficam lá fora :)

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  3. É isso mesmo. O conforto e aconchego, do nosso lar, é insubstituível!

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