Terra de guerreiros, de poetas, de vencedores. De gente humilde. De gente capaz.
Conquistaram, em tempos (remotos), meio Mundo. Dobraram cabos, conquistando terra e mar. Naus, e mais tarde caravelas, avistavam-se no horizonte, a partir e a chegar, meio vazias e meio cheias, com ou sem alento mas ainda com o brilho da glória lusitana. A esperança reinava nos olhos brilhantes e azuis, verdes, castanhos e negros das crianças e esposas que haviam sido «abandonadas» para contribuir para a grandeza e bravura do povo dito, até então, o mais audaz de toda esta imensidão. E para isso, como dizia já o grande poeta «Quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar»!
Talvez nessa altura, Zeus e Posídon tenham estado a nosso lado. Talvez! Outros acreditam que a mão de Deus tenha abençoado este povo. Há ainda aqueles que se limitam a ser patriotas, a honrar a memória dos seus homens e por isso a acreditar na audácia de um lusitano. Mas também há os patriotas que são crentes (ou os crentes que são patriotas) e são igualmente honrosos!
Hoje, parece ter-se perdido tanta, mas tanta dessa eloquência de oradores; dessa audácia de gente humilde; dessa honestidade em que bastava a palavra de um português para poder confiar; desse respeito que houve já em tempos pelo outro!
Parece ser uma sociedade cada vez mais decadente, onde a saúde e a educação são menosprezadas, onde a honestidade dos membros superiores já não existe e a humildade dos mesmos desaparecida está! Onde a traição e a hipocrisia parecem ser contagiosas como epidemias desastrosas da História.
Tenho pena de hoje não conseguir ver os mesmos heróis e guerreiros que conheci nas minhas aulas de História (e Geografia de Portugal) - talvez não se estude História agora, visto que os erros cometidos no Passado parecem não ter servido de lição, e os actos heróicos e exemplos a seguir parecem ter-se esvaecido por entre «as brumas da memória».
Mas… e o que é feito deste (ou daquele, que me parece mais distante) país de poetas, soldados e marinheiros? Que é feito dele? Tenho medo que não volte!
(Nota: Que fique claro que, com «Lusitânia», pretendo referir-me a todo o Portugal - que já foi e que é - e não só à parte correspondente ao território designado por este nome há séculos e séculos atrás: abrangia desde a margem esquerda do rio Douro até ao Tejo e daqui até ao Guadiana - exceptuando o Algarve e parte do Alentejo- abrangendo ainda algum território actual espanhol).
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