The Ginger Bookworm

Ela tem os olhos verdes, cor de esperança, cheios de esperança.
Fotografia tirada pelo meu irmão.
A lareira crepita.
A lenha arde fugaz e encarnada de sangue
E o vidro aquece, aquece, aquece.

Lá fora.
Lá fora o vento ralha sozinho e zangado
Aos troncos desnudados das árvores.

Cá dentro.
Cá dentro aquece o corpo e a alma e tudo o resto passa.
Estou presa em ti. Ou estás-me de volta! Consigo ouvir o silêncio outra vez. Olho para as janelas e vejo árvores verdes e vivas que dançam harmoniosamente. Aromas e silêncios campestres. Consigo sentir os ponteiros do relógio a hesitar e ouvir o teclado tocado pela senhora da Biblioteca. Vejo um vazio enorme dentro de mim. Estás-me de volta. Aquela apatia e desinteresse por tudo e qualquer coisa... És tu. Eu sei, sinto-o! Odeio-te, mas não quero que saias de mim.

Quando algo se parte, mesmo quando se tenta colar os pedacinhos todos, nunca mais será a mesma coisa.

Em dias de Saudade, percebeu que o que sentia agora já não era amor! Percebeu que o amor morrera e que o que reinava agora em si eram apenas memórias desvanecidas de um tempo que não tinha regresso!

Em dias de Saudade, ela desesperava, respirava fundo e voltava a si. Depois, fugia outra vez do calor de corações!

Em dias de Saudade, desistiu de relembrar o amor e de amar. Não conseguia fazê-lo com mais ninguém. Estava tão presa ao que já não existia que se tornou incapaz de ser feliz com outro alguém!

Magoam-nos muito e torna-se amargo saber que pode voltar a acontecer. E de tão amargo que é, criamos uma cápsula de gelo à nossa volta, para servir de protecção à nossa alma!

Foi eterno enquanto durou. Está na hora de entregar o Passado ao Tempo para poder ter um Futuro. E assim fez, durante anos. Até ao dia de hoje. O gelo, finalmente, quebrou.

a minha verdade é diferente da tua.
não as confundas.
compreende. serás compreendido.

que a felicidade seja a certeza mais certa em nós.
e que este poema te ame.
para sempre.

Fotografia tirada pelo meu irmão. Coimbra, 2018.
quando pensamos ser impossível amar (ainda) mais,
mostram-nos o contrário.
Para olhar o amanhã
É preciso estar bem.

Para seguir em frente
É preciso fazer as pazes com o passado.

Para sermos felizes,
Juntos ou sozinhos,
Temos de agradecer pelo bom
E pelo mau de ontem.

Criámos memórias com o bom.
Aprendemos e crescemos com o menos bom.
O sol beija as colinas, cobrindo-as de um orvalho diamantino.
Amanhece no mundo e em mim.

Sinto o tempo a fugir e não consigo pará-lo!
Tempo não é dinheiro. Tempo é amor.

A saudade aperta tanto e eu não consigo passar por cima dela!

És a palavra amiga, a minha gargalhada espontânea.
Nunca esqueças os que fizeram de ti quem és.
Nunca esqueças o nosso mundo.

como podes tu recear escrever?
esse gesto tão bonito, tão teu,
que sem ele já não és tu.

é pelo mundo?
é pelo medo?
ou é pelo medo do mundo?

vou contar-te um segredo:
- se parares de escrever por causa do medo do mundo,
o mundo acabará por afogar-te em medo.
Fotografia tirada pelo meu irmão. Coimbra, 2018.
São as palavras que me escolhem a dedo, sabes?
Escolhem a minha cor de cabelo,
Escolhem os meus olhos,
Escolhem a minha boca, os meus lábios.

Escolhem o meu perfume
E a minha estação.
Fotografia tirada pelo meu irmão.

Neste mar que nasceu
dentro de mim
recordo um azul
que não tem fim.

Nestas ondas em espuma,
adormeci o meu coração.
Doente do longe de ti,
cantei para nós uma canção.
Fotografia tirada pelo meu irmão. Coimbra, 2018.
Um verso de cada vez.
Assim me desenho
e me componho
nesta tela,
nesta pauta,
neste caderno de louca lucidez.
Imagem feita por mim no Canva.


desfeita em lágrimas
sorri para ti
dentro de mim.
Imagem feita por mim no Canva.

A Andreia convidou-me para uma entrevista, no doce mês de Julho, ainda Verão. A rubrica dá pelo nome de «Conhecendo...» e o objectivo é aumentar esta nossa interacção entre bloggers.

Guiada por perguntas que vão surgindo em tom de conversa, feitas pelo Messenger, torna o ambiente menos pesado e mais amigável, pois parece mesmo que estamos numa conversa num café, ambas descontraídas.

Sem me aperceber imediatamente, o tema da entrevista desviou-se para os meus temas favoritos - livros.

Fiquei muito grata pela oportunidade e pela experiência.
Obrigada, querida Andreia!

Podem lê-la por aqui:
http://aestantedaandreia.blogspot.com/2018/07/conhecendo-3.html

30 cm de mim.

Todas as fotografias são da minha autoria.


19 de Setembro de 2018

Há já muito tempo que planeava fazê-lo, mas nunca a oportunidade e a coragem tinham morado simultaneamente no meu coração e na minha agenda.

Como tinha o cabelo pintado, nem todas as instituições aceitariam a minha doação, pelo que comecei a procurar por critérios menos exigentes e foi então que encontrei a «Little Princess Trust».

Aceitam cabelos pintados, desde que de uma cor natural.

Foi rapidamente que tomei esta decisão e, apesar da aflição de cortar o cabelo que sempre tive, desde pequena, não me arrependi, de todo, e passo a explicar porquê.

O meu cabelo sempre foi das poucas coisas que conseguia gostar em mim e dar este passo foi um desafio enorme.

Em primeiro lugar, estaria a abdicar de uma das coisas que mais me protegia e me escondia. Era como o meu escudo perante o mundo. Mas, em contrapartida, ao pensar em tudo o que o meu cabelo poderia proporcionar a uma criança, nos sorrisos que poderiam surgir a partir dali, facilmente me controlo e esse arrependimento deixa de existir automaticamente.

E a prova de que a minha pequena doação chegou ao destino foi a recepção de um certificado/diploma enviado por e-mail a agradecer a doação. Fiquei tão feliz quando o recebi que me parecia um presente de Natal há muito esperado! Nesse dia, parecia uma criança numa loja de doces! Foi uma experiência muito gratificante e libertadora, apesar de tudo! E acabou por revelar-se um modo de eu crescer interiormente sem esperar, por vários motivos!

Para mais informações, visitem:
http://www.littleprincesses.org.uk/
Fotografia do meu irmão.
Oh, Outono, minha estação do coração!

Entras sorrateiro, sem ninguém perceber os teus primeiros traços. Os dias a encolher, o sol a ficar mais fresco, uma nuvem ou outra num cantinho do céu azul.

Vais entrando, com pés de lã, para não te estranharmos assim de uma só assentada. Deixas cair as primeiras gotas de água dos céus enquanto nós vamos mudando o nosso guarda-roupa, as nossas camas, preparando os guarda-chuvas e as galochas.

Ah, o aroma da terra molhada que nos invade quando abrimos a porta da rua de nossa casa pela menina manhã para mais um dia de trabalho!

O crepitar das folhas quentes e castanhas que pisamos, que andam a esvoaçar pelas ruas da cidade.

E o aroma da lareira que se acende pela primeira vez, com galhos e troncos guardados na garagem no calor do Verão... que acolhedora visão de um Outono quentinho!

Chegar a casa ao fim do dia, trocar os sapatos e a roupa por meias, pijamas e mantas polares, fofas e coloridas e desfrutarmos do nosso sofá ou puf com um bom livro ou um bom filme, a beber um chá, um café ou um chocolate quente.

Finalmente, à noite, depois de um banho quente e relaxante, enroscarmo-nos na cama com quem mais amamos e adormecer com os ruídos bonitos das gotas da chuva a baterem nas vidraças do quarto ligeiramente iluminado pelo candeeiro vintage da mesinha-de-cabeceira.

Que pensarão os teus olhos quando me vêem?

Os teus olhos que me fixam o rosto, de um lindo azul que não tem fim assim como não o tem o céu nem o mar, cercados por pestanas brilhantes que me aprisionam na paz que é tua e que me dás. Olhos que, atentos e simpáticos, me sorriem com delicadeza, entreabertos, na efemeridade de um pôr-do-sol de Outubro.

E os teus lábios? Que pensarão eles de mim quando me sorris?

Os lábios que escondem o sorriso que me faz sorrir e que se escondem entre as barbas loiras, macias e rebeldes que tão bem contornam os teus traços quando estás feliz.

Os teus lábios, (im)perfeitos no seu jeito de ser, que me cantam ao coração.
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