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Inês Mota, autora do blogue Bobby Pins. |
Inês, em primeiro lugar, muitos parabéns pelo teu doce aniversário! Que sejas sempre inspirada e inspiradora neste mundo maravilhoso!
Depois, agradecer-te por
aceitares a entrevista! Espero que gostes e que esta partilha ajude
mais pessoas a encontrar o teu cantinho online maravilhoso (AQUI)!
Espero que, se ainda não conhecem a Inês, gostem de conhecê-la 🌼
Vamos a isto?
Eu é que agradeço o convite, Carolina. É
um privilégio participar no teu projeto!
1. Querida Inês, conta-nos um pouco sobre ti e o Bobby
Pins.
Como
costumo dizer, a questão de um milhão de euros. Acho que eu e o Bobby Pins
temos muita coisa em comum – não fosse o meu blog um reflexo de mim e da minha
identidade. Gosto de pensar que o Bobby Pins é um refúgio seguro e feliz para
qualquer leitor. Que seja quentinho no coração e que traga assuntos bons de
conversar, conhecer, experimentar. Se as pessoas saírem do Bobby Pins melhores
do que entraram, eu sinto que cumpri a minha meta.
2. Começo pelo tema que mais me fascina no teu blogue, o
PASSAPORTE. De todas as viagens que já fizeste, em qual delas te sentiste mais «em
casa» e em qual te sentiste mais «estrangeira»?
Uma
pergunta muito interessante. Todas as viagens que fiz foram fantásticas e
trouxe um pedacinho de cada lugar comigo até hoje. Certamente, não seria a
mesma Inês se não tivesse feito as viagens que fiz. Mas não me senti ‘em casa’
em todos os lugares. Há lugares onde nos sentimos seguros, felizes, que
gostamos de conhecer e até podemos querer regressar! Mas podem não ter uma
familiaridade quase mágica que nos faz andar com a confiança que só temos nas
nossas cidades. O lugar onde me senti mais estrangeira foi no Senegal. Foi o
perfeito oposto da minha realidade, especialmente quando visitei a aldeia
Beunoba. Eram um mundo completamente oposto do meu onde senti que era
impossível vivermos no mesmo planeta. As nossas rotinas, tradições e
pensamentos eram totalmente diferentes. Foi o maior choque de realidade que já
tive e sem dúvida que me fez sentir ‘longe’ de casa. Mas também me fez sentir
mais privilegiada e grata quando regressei para a realidade que conheço.
Os
lugares onde me senti mais em casa foram em Sevilha, Londres e Oslo. Das três,
Sevilha talvez seja a mais natural, já que está no país vizinho, com uma
cultura mais semelhante à nossa, uma língua da mesma mãe. Tem determinados
fatores de familiaridade expectáveis. Mas Londres e Oslo foram uma completa
surpresa e a sensação é talvez a mesma de quando te apercebes que te estás a
apaixonar por alguém: estão a descobrir-se há muito pouco tempo mas parece que
se conhecem há uma vida e todos os traços são familiares.
É
andares em ruas completamente estranhas como se as conhecesses desde sempre,
visitares os lugares com um carinho inusitado e olhares ao teu redor e
concluíres ‘sim, eu vivia aqui’. Das três, a que me surpreendeu mais por sentir
isto foi, sem dúvida, Oslo. Eu tinha expectativas de gostar, mas nunca pensei
que teria expectativas de viver e ser feliz lá.
3. De todos os artistas/bandas que já viste ao vivo,
houve algum em especial que tenha sido mais emocionante? Ou foram igualmente
encantadores e cada um com a sua própria magia?
Há
sempre concertos mais especiais, mas eu divido o primeiro lugar do pódio:
Coldplay e Foo Fighters. Coldplay porque são a minha banda preferida de todos
os tempos e vê-los ao vivo foi, definitivamente, um sonho tornado realidade.
Daqueles sonhos bons.
Foo
Fighters porque foram o melhor concerto que já assisti. Animais de palco, com
uma interação inigualável e que me conquistou. Foi um espetáculo cheio de
conversa que me deixou rouca e extasiada de ter estado ali, a desfrutar.
Outros
concertos muito especiais foram Ludovico Einaudi, Anavitória, London Grammar,
The xx…
4. Esta é mais difícil… lembras-te da primeira fotografia
que tiraste? Se sim, podes falar-nos sobre ela?
Não
me recordo especificamente da primeira fotografia que tirei mas recordo-me do
dia em que recebi a minha primeira máquina fotográfica. Era uma descartável da
marca O Boticário. A maior parte das fotografias estão péssimas mas tinha
quatro ou cinco anos, não se podia pedir melhor. Mas estão todas guardadas num
álbum e recordo-as sempre com muito carinho. Ainda tenho essa máquina,
guardada.
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Cabeçalho do Bobby Pins. |
5. Qual foi a última vez que olhaste para as estrelas? O
que sentiste?
A
última vez que olhei para as estrelas foi na Pampilhosa da Serra e escrevi uma
publicação inteira sobre isso. Podia repetir-me de outra forma, mas acho que
não sairia tão perfeito, portanto, partilho convosco o link.
6. Que cidade é para ti um abraço casa?
Aveiro!
Torres Vedras, Lisboa, Sintra… Todas estas cidades são cidades da minha vida.
Mas Aveiro será sempre a cidade
abraço casa.
7. Qual é a primeira coisa que fazes ao entrar numa
livraria?
Vejo
as novidades e tento compreender rapidamente como é que o espaço e as
prateleiras estão organizados.
8. Entre o Basquetebol e o Ballet, embora tenham sido
frequentadas em alturas diferentes da tua vida, que modalidade sentiste que foi
mais desafiante?
Sem
sobra de dúvida o basquetebol. Eu não tenho o perfil mais óbvio de uma
basquetebolista; não sou alta, não tenho propriamente grande força de braços…
Portanto, o que me movia para o basquetebol era interesse e paixão pura, não
aptidão física, propriamente. Tive de trabalhar mais e quebrar muitas
inseguranças. Mas fez-me crescer muito por dentro e ganhar fibra. O basquetebol
deu-me algumas das amizades mais fortes que tenho e ensinou-me que quando
aprendes a defender o teu lugar, a confiar nas tuas capacidades e a acreditar
em ti, tornas-te numa pessoa melhor para os outros e consegues dar mais à tua
equipa, ao teu núcleo, às pessoas que amas.
9. Todos nós temos algumas personalidades que nos aquecem
mais o coração e que admiramos, sejam artistas, atletas, celebridades... Existe
alguma por quem nutres um carinho especial?
Tenho,
obviamente, uma grande consideração por uma série de personalidades que, de
certa forma, influenciaram o meu mundo, seja por uma descoberta, seja por
tornarem o planeta onde habito melhor, seja porque mostraram que é possível… É
inevitável reconhecer tudo aquilo de que foram capazes de chegar, conquistar,
criar, inspirar. Eu valorizo muito isso.
Mas
quando se fala de carinho e admiração – aquele intrínseco e quase visceral,
digno de um fã de gema – eu remeto muito mais essas sensações e pensamentos para
pessoas que conheço. Admiro profundamente todas as pessoas que amo porque as
conheço e sei o quanto tiveram de trabalhar. Vi o backstage e isso deixa-me
muito inspirada. Tenho sempre dificuldade a responder a esta pergunta quando se
tratam de figuras mais populares porque o meu raciocínio é imediato para o meu
núcleo. Mas uma figura que tem muito da minha admiração é a Malala Yousafzai.
10. O que te traz serenidade ao coração?
Ah,
tanta coisa…! E ainda bem que assim é. Tempo só comigo mesma traz-me
serenidade. Ler um livro. Estar em família. O Outono. Estar confortável com uma
mantinha e ouvir chuva ou trovoada lá fora. Carinho, amor, companheirismo. Os
meus amigos. As minhas comidas preferidas. Escutar Coldplay. Não ter qualquer
tipo de conflito interno ou externo por resolver. Saber que dei o meu melhor,
todos os dias. O meu quarto. A Belka.