The Ginger Bookworm


 

4⭐️


Luanda, Angola.

1975, véspera da Independência. 


Ludovica fica para trás aquando do regresso da irmã e cunhado para Portugal. Ficariam de vir buscá-la mais tarde, mas isso nunca aconteceu e só percebemos a razão no fim do livro. 


Será ela a nossa personagem central, cuja ligação às restantes pessoas estará presente ao longo de todo o livro.


Como é que, durante 30 anos, alguém poderia ter sobrevivido apenas num apartamento fechado? Escondida, ali ficou durante décadas, isolada de Angola e do mundo, sem saber o que se passava lá fora, atrás da parede que ela própria ergueu para que a não encontrassem. 


Esta senhora está cheia de cicatrizes internas e, por isso, invisíveis aos olhos de quem a olha. Era preciso ver-lhe a alma para as decifrar. São cicatrizes de dentro, de história. Aquelas que mais custam a sarar. E passou anos e anos, sozinha, a engolir dores todos os dias e todas as noites.


Finalmente, depois de alguns acontecimentos inesperados, Ludovica encontra pessoas importantes e marcantes que a vão ajudar sem que ela se aperceba da imensidão do bem que lhe estão a fazer, inconscientemente.


Vão ser essas relações que a vão fazer esquecer, questionar e arrepender-se da culpa e da vergonha que sentiu injustamente demasiado tempo. Vai perceber que perdeu a vida, a juventude, a idade adulta não só por causa de uma guerra numa terra, mas também devido à guerra interna que a atormentava tanto ou mais que os tiros que ouvia na rua. Os sons bélicos tiveram um fim sem que ela tomasse consciência disso. Para ela, o medo estava sempre lá. A esperança nunca a visitou. E só na sua ancianidade o entendeu de verdade.


Agualusa surpreende com a sua mestria de contador de histórias. Há já muito tempo que não lia nada dele.


Romance

248 Páginas

Leya, Maio de 2012


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Trigger Warnings

- Depressão; Suicídio.


 4 ⭐️ 


Eleanor Oliphant, a nossa protagonista, conta-nos na primeira pessoa e numa narrativa envolvente a sua história que, apesar de solitária, despoleta no leitor uma curiosidade genuína em saber mais sobre o seu passado e a sua infância, quais as razões que a levaram a ser como é, a seguir determinadas regras e etiquetas, a optar por comportamentos mais ou menos sociáveis em algumas circunstâncias e a, em determinadas situações, evitar o contacto humano.


Eleanor revela-se, através do seu discurso e atitudes, uma jovem honesta, humilde, bem-educada e saudável. Trabalha há vários anos na mesma empresa desde que terminou a Faculdade, o que contribui para a notabilidade da sua estabilidade profissional. Percebemos, no entanto, que há reacções de evitamento no que diz respeito às suas memórias da infância e vamos notando que há um sofrimento contínuo neste processo que se vai tornando mais intenso ao longo do tempo. Há feridas graves do passado que não cicatrizaram e que continuam a afectar o desenvolvimento das suas relações. Um mistério muito grande sobre um incêndio e uma cicatriz na face de Eleanor desperta o interesse do leitor constantemente, o que também faz com que fiquemos agarrados à leitura. Eleanor não pode fugir à dor, terá de enfrentá-la para conseguir superá-la e aprender a lidar com ela - um dos maiores actos de coragem que ela vai entendendo que não é cobardia nem fraqueza. Com a ajuda de Raymond e da sua terapeuta, (re)começará a ver a beleza da vida, nas mais pequenas coisas do quotidiano.


Uma luta incrível que vence a solidão e a depressão. Há muitas Eleanors neste mundo e é estrondoso o impacto que têm pequenos actos de bondade na vida de quem mais precisa. Este livro é uma lição sobre isto - dar a mão, dar atenção, dar amor. Nunca sabemos a dor que um sorriso pode esconder.


Romance

328 páginas

Porto Editora, 2017


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Os postais, para mim, têm um encanto especial.

É aquilo que trago sempre comigo quando visito um lugar novo - um postal local, da terra e, de preferência, pintados em aguarela.

Gosto de tê-los junto aos livros porque gosto de usá-los como marcadores. Assim, enquanto leio, relembro lugares onde fui feliz e onde criei memórias agradáveis.

Por vezes, quando encontro postais únicos e que sei que dificilmente posso reaver, não hesito e compro-os.

Foi o caso deste, que encontrei numa papelaria local da Ericeira. Uma amiga levou-me à perdição e eu não resisti.

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