Este livro foi uma oferta da @gradivapublicacoes .
A História do mundo, da civilização, da evolução da sociedade pode também ser revelada através de obras literárias, basta termos em conta a Bíblia, onde podemos, sob muitas camadas, observar a progressão dos acontecimentos ao longo dos séculos. Alberto Manguel faz referência a inúmeras obras, principalmente os grandes clássicos mundiais ("Odisseia" e "Ilíada", de Homero; "Ulisses", de Joyce...) e aquele que é conhecido como o livro ainda vivo mais antigo do mundo ("Epopeia/Épico de Gilgamesh"). Coincidência ou não, estas foram obras que quis adquirir este ano porque acho que devem fazer parte da minha Biblioteca, são as bases de tudo aquilo que admiro e me apaixona. São livros que demoram a ler, a interpretar, a absorver, mas que valem cada segundo. Claro que há a menção a outros autores, mas faz-me sentido destacar os maiores e mais conhecidos.
Alberto Manguel sublinha também a importância de outras artes, como a pintura e o cinema, e estabelece uma relação com a sua perspectiva. O contexto histórico, geográfico e cultural de cada livro indica-nos muito mais do que aquilo que possamos pensar. Há muito tempo que queria ler Alberto Manguel pelos seus títulos obviamente sedutores para quem adora livros e sendo esta a minha estreia com o autor ganhei a vontade e a certeza de que as suas obras virão para minha casa um dia.
O autor estabelece relações várias, pensa e desdobra o pensamento sobre a experiência do Homem no planeta Terra, enquanto ser individual e também social, sobre a construção de uma sociedade, as suas bases, os alicerces que sustentam aquilo que irá ser um bom ou mau edifício metafórico das camadas civilizacionais.
É brilhante na sua apresentação e exposição de ideias e argumentos. Faz-nos parar muitas vezes a leitura para imaginarmos o que seria então viver no tempo e lugar X ou Y, o que seríamos nessa altura, como seria a vida em sociedade, que tipo de papel ou participação se teria na mesma, entre tantas outras questões. Depois, comparar às diferentes realidades do Hoje - a violência extrema que continua presente perpetuamente sem que haja previsão de um fim ou, quanto muito, abrandamento. O que é que, com a experiência registada, se aprende ou não se quer aprender?